04 dezembro 2017

Aconteceu há 100 anos... (01)

O ano de 1917 foi simbólico na política e nas artes. A classe trabalhadora e os intelectuais de esquerda, exilados, assumem o poder na Rússia. Na mesma época o Dadaísmo (o mais marginal de todos os movimentos artísticos, pregando a não-arte) começava sua marcha para ocupar os museus, o que aconteceu mais arte, saindo da margem para o centro.


Para o século XX, 1917 (ou seja, 90 anos atrás), o ano da Revolução Russa foi o detonador de décadas de lutas ideológicas que se travaram pelo mundo inteiro entre o Comunismo, as Democracias Liberais e o Nazi-fascismo, provocando a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, em seguida, a longa Guerra Fria (1947-1989).

As ideologias floresciam. O socialismo, impulsionado pela Revolução Russa de 1917, preconizava a formação de uma sociedade igualitária, controlada pelo Estado, e desfraldava a bandeira do paraíso construído na Terra, em que não haveria a exploração do homem pelo homem. O capitalismo, herdeiro da Revolução Francesa de 1789, prometia a felicidade através da realização puramente individual, que seria a chave para a conquista de uma vida cercada de confortos materiais.


Na Revolução de Outubro de 1917, os bolcheviques invadiram os prédios públicos, prenderam os integrantes do Governo Provisório e tomaram o poder. Com a ausência de Lênin, o grupo foi liderado por Leon Trotski, que, assim como seu companheiro, foi também um dos principais teóricos do movimento socialista, desenvolvendo a idéia - original de Marx - da “revolução permanente”, que prega um combate total ao modelo capitalista.

A partir daí, os bolcheviques ganhariam outro nome: Partido Comunista da União Soviética. O impacto da guerra foi enorme em muitos aspectos. Mudou o modo como cada indivíduo via a si mesmo e seu lugar no mundo. O hedonismo da década de 20 e a violência denunciavam uma perda coletiva da inocência. Em todas as nações combatentes, a burocracia e a indústria se expandiram muito.

Nos EUA, a falta de mão-de-obra deu um novo papel para a mulher e para os negros, que abandonaram as lavouras do sul e foram trabalhar nas fábricas do norte. Mas a ascensão dos oprimidos foi seguida por uma divisão social mais acentuada. A guerra havia provocado um frenesi xenófobo entre os norte-americanos.

Houve uma guerra mundial. Seu fim foi o começo da idade do jazz. Com forte marcação rítmica, uso frequente da síncope e pela improvisação sobre um tema melódico, suas raízes está na fusão de ritmos trazidos pelos africanos (como o spirituals e o blues) com a música européia dos séculos XVIII e XIX (caso dos hinos, marchas e operetas). Sob a base de uma música composta de improviso, o jazz acaba por expressar fortemente as emoções do músico.


Em 1917 a Dixieland Jazz Band, um grupo branco, faz a primeira gravação de jazz, Livery Stable Blues. Vende um milhão de cópias, lançando o jazz como música popular. Freddie Keppard, líder de uma banda negra, rejeitou a chance de fazer o primeiro disco de jazz - tinha medo de que outros músicos copiassem seu estilo. O instrumento que se sobressaia nas formações da época era o trompete, daí serem trompetistas os grandes músicos de então: Buddy Bolden, Joe “King” Oliver, Louis Armstrong e Bix Beiderbecke.


Um comentário:

Unknown disse...

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