13 janeiro 2012

Cartografia dos Prazeres (5)

IMPRENSA FESCENINA - Na primeira década do século XX começa a aparecer uma série de tabloides de caráter obscuro, os quais se tornaram conhecidos, então, pelo nome genérico de imprensa fescenina, imitação dos jornais e revistas congêneros de Paris. Surgiram como ampliação das secções cômicas e das caricaturas dos diários, muito apreciadas pelo grande público. Entre as publicações de cunho obsceno-cômico, estão: O Coió (1901/1904), O Rio Nu (1898/1916), O Tagarela (1902/1904), O Nu (1901), O Pau (1905), O Diabo (1907), O Badalo (1893/1894), O Empata (1906), Está Bom, Deixa (1903). Quase todas elas se caracterizavam pelo uso de uma linguagem dúbia, maliciosa. Seu maior atrativo residia nas ilustrações. O desaparecimento desses periódicos se dá por volta do fim da primeira década do século.

INCESTO – Relação sexual entre parentes próximos. A interdição do incesto é o tabu mais universal, presente em praticamente todas as culturas, das mais primitivas às mais civilizadas e ditas liberais.


INFIDELIDADE – Fidelidade é tudo de mais caro que se pode querer ou esperar do outro. Não podemos viver sem o outro. Infidelidade não dese ser restrita à questão afetiva, sexual, trocar ou não olhar, desejar ou não outro. Diz respeito a qualquer espécie de deslealdade, logro, desonestidade. Porém, especialmente no sexo, infidelidade é quebrar o pacto, instituído ou presumido em termos morais, legais e religiosos nas principais culturas civilizadas, entre namorados e cônjuges, que reza, regra geral, que aquele que tem relação física ou de desejo com um outro não pode ter com outro semelhante.


INTERDITO - O proibido por força de norma (interdição) imposta pela civilização organizada, fundada no trabalho e na razão. Diz respeito ao campo das proibições, criada a fim de que possam existir necessariamente, ultrapassando-as, as transgressões. As proibições situam-se entre as fronteiras do poder, enquanto as transgressões pertencem ao espaço do desejo. “Se uma parte da vida greco-romana que foi falseada pela lenda”, escreve Paul Veyne, “esta foi, sem dúvida, a sexualidade/ acredita-se, havia posto o verme do pecado no fruto proibido. Mas a verdade é o que o pagamento foi paralisado por interditos” (História da Vida Privada, 1985). “O interdito, escreve Jacques Rossiaud, um historiador medievelista, ‘produz fantasias que encontramos igualmente nas cosmografias da época, nestas imagens do mundo, as Imagines mundi , que então florescem e que mostram o centro do mundo como lugar dos valores da civilização/ se por infelicidade nos afastamos deste centro, chegamos a regiões fantásticas estranhas, em que reina o monstruoso” (LHistoire, 180, setembro, 1994).


JEGUE – Mamífero quadrúpede usado como animal de carga. O jegue pode ter fama de teimoso, barulhento, inconveniente, mas, em compensação, tem o que parece ser oi maior pênis (proporcionalmente ao tamanho do corpo) do mundo animal. Jegue (também chamado jumento), assim, está associado a pênis enorme, a ponto de inspirar a expressão “pau de jegue” para designar homens bem-dotados.


KAMA SUTRA – Antigo texto indiano com instruções para a prática sexual.


LÉSBICA – Mulher que prefere outra mulher como parceira sexual ou afetiva.


LIBIDO - Energia ou pulsão sexual presente em todas as épocas de nossa vida, desde a infância, e em nossos sentimentos mais profundos, determinando mesmo a linha de nosso destino pessoal.


LÍNGUA – Corpo carnudo alongado localizado na boca, responsável pelo paladar e pela articulação dos sons vindos das cordas vocais. A língua é órgão sexual de todos os gêneros e preferências.


LOLITA – Título de romance de Vladimir Nabokov, publicado em 1955. Adolescente perversa que usa seus encantos aparentemente meigos e inocentes para levar homens maduros a uma busca obsessiva por tê-la e satisfazer os caprichos dela.


MAÇÃ – Fruto da macieira, árvore do gênero malus. O fruto proibido da árvore do conhecimento no Gênesis, a maçã é das frutas mais consumidas no mundo e se transformou na preferida dos enamorados.


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