29 dezembro 2009

Faltou consenso em Copenhague

Os 119 premiês e presidentes reunidos em Copenhague (15ª Conferência do Clima – COP15) deixaram a conferência do clima sem uma decisão sobre metas de redução de emissões para os países desenvolvidos. Sem o consenso, o Acordo de Copenhague é só uma declaração vaga forjada na última hora pelos Estados Unidos e pelos quatro grandes emergentes (Brasil, China, Índia e África do Sul) e que não cumpre o objetivo de limitar o aquecimento global neste século a 2º C.

O choque de interesses dos EUA e da China, que juntos lançam na atmosfera cerca de 40% dos gases do aquecimento, paralisou as negociações. Os dois maiores poluidores do mundo na semana da conferência faziam questão de dizer que estavam engajados na luta contra o aquecimento global, e trocavam acusações que o outro não estava fazendo o bastante. No final da conferência o resultado foi bem diferente, fazendo lembrar a fábula da Assembléia dos Ratos contada por Monteiro Lobato: os ratos se reuniram e deliberaram pendurar um sino no pescoço do gato (assim, todos os ratos poderiam fugir a tempo). Houve aplausos fervorosos para todos os discursos. Na hora da ação de colocar o sino, todo mundo pulou fora... Do mesmo jeito fracassou a reunião ambiental.

O principal ponto de conflito entre as duas potências foi resolvido graças a mediação do presidente Lula: a questão da verificação dos compromissos de corte dos emergentes. Diante do fracasso de Copenhague, uma nova reunião foi convocada para Bonn, na Alemanha em junho de 2010. A próxima COP está marcada para dezembro de 2010 no México.

É reconhecida a necessidade de combater o aquecimento global para evitar um aumento acima de 2ºC na temperatura média da Terra. Em Copenhague o presidente Lula propôs metas ambiciosas e ajudou a articular documento final, além de fazer o discurso mais eloqüente do encontro. Já o presidente americano Obama fez um discurso inflexível, visto como arrogante e foi refém do próprio Congresso. E o premiê chinês Wen Jiabao polarizou o debate com os EUA, virando a eminência parda da COP e saiu de lá com o que queria. O acordo político obtido em Copenhague foi “um desastre”, segundo ecologistas. Com o “adiamento das ações, o planeta sofrerá com fome e mortes na medida em que se acelerar a mudança climática”,

A cúpula das Nações Unidas em Copenhague foi considerada um fracasso. Os EUA condicionavam um acordo à criação de um mecanismo internacional de verificação das ações ambientais em países em desenvolvimento. A China não aceitou o debate. Não houve consenso. O que faltou foi vontade política.


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